A indústria da moda contribui para a poluição ambiental. O
segmento é o segundo mais poluente do mundo. Dados da BBC mostram que o
Poliéster, fibra sintética, leva 200 anos para se decompor. A viscose, tipo de
tecido proveniente da celulose, desmata 70 milhões de árvores anualmente. Além
disso, para cultivar o algodão, é necessário agrotóxicos e pesticidas que
causam impactos negativos ao solo e a água.
Em tempos onde a humanidade já consumiu todo o orçamento anual de
recursos naturais, ou seja, superou o volume que o planeta é capaz de
renovar e com os alarmantes números, surge a urgência de se
produzir a moda de maneira mais sustentável. Convidei a autora do curso Moda
Consciente e Sustentável Savóa Studio, Manoela Daffre, para explicar um pouco
mais sobre o tema.
Ela conta que existe muitas definições para moda
sustentável. E que vai muito além de apenas as questões ambientais. “Essa
questão é a mais urgente devido ao fato da moda usar diversos recursos naturais
para produzir matéria prima. Mas é importante lembrar de outros aspectos
sociais, econômicos e culturais além dos ambientais. A indústria da moda tem
muitos casos de mão de obra escrava, infantil. A moda sustentável tem que ter ética,
ser justa e ter propósito.
Segundo Manoela, para a moda continuar existindo,
ela precisa ser sustentável, porque com os recursos naturais se esgotando, não
existirá mais obra prima e a indústria entrará em crise, assim como todo o
planeta. “É também uma questão de sobrevivência. Novas formas de produzir,
evitando desperdício, sendo mais inteligentes, empresas sendo responsáveis em
pensar como diminuir/zerar os impactos negativos que causam e investir inovação
para trazer impactos positivos para o planeta e sociedade é o caminho”.
É essencial que as marcas se atentem a isso, pois o
mercado da moda tem uma força gigante. “São as grandes responsáveis por esses
impactos negativos. Outro lado muito importante é o papel da marca educar seus
consumidores. Mostrar a importância da mudança e fazer com que os clientes sejam
corresponsáveis também”.
E aí fica a dica para nós, consumidores. “Não
podemos esquecer que quando compramos de uma marca, estamos escolhendo investir
nosso dinheiro nela. E no que ela faz. Não faz sentido comprar uma blusa de uma
marca que têm inúmeras denúncias de mão de obra escrava e não optar por uma
marca que recicla, tem programas sociais e é transparente sobre sua postura e
negócio”.
Toda mudança precisa de investimento, novos olhares
e, principalmente, estudos, e as marcas têm potencial para fazer isso. Se você é uma marca, empresa, organização ou
pessoa física e quer se aprofundar no tema, Manoela traz uma visão completa e
mais profunda do novo momento da moda, que está sempre em constante
transformação e representa o comportamento e movimentos da sociedade. Para saber um pouco mais sobre o curso é só clicar AQUI.
Até o próximo post.
Gostei bastante do tema abordado! Parabéns ótimo trabalho!
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